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Até alguns anos atrás o marketing de influência era visto como uma tendência. Agora, essa estratégia já é uma realidade — e consiste na arte da persuasão. Para se ter uma ideia, de acordo com pesquisa do Google, 70% dos adolescentes afirmam se relacionar mais com youtubers do que com celebridades tradicionais.
O público que está na internet se identifica com os digital influencers (influenciadores digitais) e, por isso, têm mais chances de seguir o que eles dizem. Se a dona de um canal, em um vídeo descontraído, diz que usou um determinado cosmético, provavelmente parte das pessoas que a assistirem irão procurar por ele.
Segundo estudo da Nielsen Catalina Solutions, os influenciadores geram 11 vezes mais buscas do que campanhas digitais. Ou seja, é muito mais fácil alguém procurar por uma marca ou produto por ter visto alguém na internet falando sobre isso do que fazer o mesmo por causa da publicidade.
Publicidade perde a força
A publicidade tradicional, como se conheceu durante muitos anos, está perdendo a força. Provavelmente, você já deve ter visto alguém que, simplesmente, pula o canal quando começam os comerciais ou fecha uma aba de anúncio, né? Essa pessoa pode até ser você.
Mas esse comportamento não está isolado. Nos Estados Unidos, cerca de 26% dos usuários de desktop utilizam bloqueadores de anúncios. No caso dos dispositivos móveis, esse número é de 15%. Esses dados foram publicados em 2017 e — muito provavelmente — podem ter aumentado.
Como se vê, o público está mais antenado aos meios de comunicação e mais apto a consumir informação. Ao se deparar com uma peça ou vídeo que apenas vende algo, os consumidores não absorvem isso como uma verdade completa. Até porque o intuito de um anúncio é mostrar apenas os aspectos negativos.
Outro lado da moeda
Se, por um lado a publicidade não é mais tão levada em consideração, por outro, as opiniões continuam valendo e muito. Da mesma forma que as pessoas acreditam quando um amigo ou familiar fala bem de determinada marca, eles tendem a acreditar no que os ídolos digitais dizem.
Mesmo sendo um anúncio disfarçado, o marketing de influência se aproveita um aspecto inerente do comportamento humano: a persuasão. Os influenciadores digitais têm como missão convencer o público de que uma marca, produto ou serviço merecem atenção.
A persuasão não nasce apenas na relação entre os digital influencers e o público. Ela começa já no contato entre os assessores e os digital influencers. Primeiro, os influenciadores precisam se convencer de que o anúncio será útil para o canal.
Relação assessores x influenciadores digitais
Assim como os assessores precisam convencer os jornalistas de que a pauta ou release são relevantes para o público, é preciso mostrar aos comunicadores digitais que determinado produto pode ser útil ao seu público. Diferentemente do que alguns pensam, os influenciadores digitais não publicam qualquer conteúdo, simplesmente por que estão ganhando para isso.
O trabalho dos assessores na internet é, portanto, semelhante ao que acontece na mídia tradicional. É preciso, primeiramente, identificar os canais que têm alguma relação com o material a ser publicado. Se um cliente vende artigos para cachorros, por exemplo, de nada adianta tentar emplacar um conteúdo em um canal de culinária.
Os conteúdos digitais também são como chave e fechadura. As informações publicadas em uma rede social precisam ter relação com o segmento de público. Caso isso não aconteça, o influenciador pode não aceitar a parceria, por causa do risco de perder sua credibilidade — já que a inserção será forçada e, facilmente, percebida.
Como ocorre a persuasão na rede
O mais interessante da arte da persuasão quando o assunto são influenciadores digitais é o quanto o impacto disso pode passar despercebido. Grande parte do público, que se mostra cética para outras comunicações, como a própria propaganda, em algum momento pesquisou ou poderá pesquisar um produto que viu em um vídeo ou rede social.
Ao ver uma celebridade da internet dizendo que utilizou algo, é quase inevitável não se questionar se isso pode ou não valer a pena. E esse questionamento acontece exatamente porque os influenciadores sabem como conduzir a “conversar”, apresentando-se como amigos que sugerem dicas.
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