Fase nacional do programa irá identificar negócios que atendam os ODS da ONU e tenham potencial de escala; Etapa global ocorre em outubro
Terminam no dia 30 de Abril as inscrições para as empresas brasileiras participarem do Brazil Accelerate 2030, iniciativa do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e do Impact Hub. O objetivo é identificar negócios inovadores que atendam pelo menos um dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. O projeto conta com a parceria da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Fundação Grupo Boticário, Pfizer e International Trade Centre.
Cerca de 30 negócios em operação e com potencial de escala serão selecionados para participar da fase nacional do projeto e, após seis meses de programa, as três com melhor desempenho serão indicadas para a etapa global, iniciada em Genebra e composta por rodadas internacionais de negócios. Ao todo, 16 países participam da iniciativa. Dez empresas de todo o mundo estarão na fase final. As inscrições podem ser feitas pelo site https://brazil.accelerate2030.net/
O coordenador do Accelerate2030 Brasil, André Maciel, reforça que o objetivo é justamente jogar luz sobre negócios inspiradores, além de dar a eles uma oportunidade real de escala global. “Se uma empresa consegue impactar bem o Brasil em temas como água potável e saneamento, energia sustentável e saúde, por exemplo, provavelmente ela também será relevante em outras partes do mundo”, enfatiza. “A ideia do programa é dar maturidade para que esses negócios alcancem a sua missão”, completa.
Além dos já citados por Maciel, outros 13 temas contemplam os Objetivos Desenvolvimento Sustentável da ONU, como erradicação da pobreza, ação contra as mudanças climáticas, consumo e produção responsáveis e educação de qualidade.
Em 2017, o brasileiro Ezequiel Vedana, fundador da Piipee foi um dos aprovados para a fase global do programa que lhe rendeu o título de Líder Global da Água para a ONU. Além disso, a participação no projeto deu escala ao negócio e, atualmente, a empresa já está abrindo o seu primeiro escritório fora do Brasil. A Piipee produz um spray que ao ser borrifado em um vaso sanitário com urina dispensa o uso da descarga, gerando, assim, economia de água. Pelas contas do empresário, desde 2015, o produto já gerou uma economia de cerca de 400 milhões de litros de água.
Escopo
Embora o Brasil já tenha participado da etapa global, em 2019 o Accelerate 2030 terá um escopo muito mais completo do que nos anos anteriores. Pela primeira vez, ocorrerá uma fase Brasil em que as empresas passarão por um processo de trabalho e aprendizado ao longo de seis meses. Nas outras edições, as companhias nacionais já eram analisadas e indicadas para a fase global sem uma ciclo prévio.
Agora, as empresas selecionadas passarão por um diagnóstico e terão acesso a uma rede global de empreendedores para networking, colaboração e capacitação. A programação inclui encontros online e presenciais nas cidades onde o Impact Hub está presente – Florianópolis, Curitiba, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Manaus. Negócios de todo o país podem se inscrever. O programa cobra uma taxa de R$ 1500 para custos com deslocamentos e outras despesas durante os seis meses do projeto.
Apoiadores
Os apoiadores do Accelerate2030 Brasil acreditam no programa como uma forma de difundir negócios com propósitos relevantes para o planeta e que vão de encontro com seus próprios objetivos.
“Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, uma das principais necessidades da população mundial, e uma das metas da Pfizer. Para realizar esse sonho tão desafiador, precisamos unir forças”, comenta o presidente da Pfizer Brasil, Carlos Murillo.
Já o coordenador de Negócios e Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário, Guilherme Karam, reforça que os benefícios oferecidos pela natureza são essenciais para o bem-estar social e para o desenvolvimento econômico. “Acreditamos que negócios de impacto em conservação da natureza são importantes aliados dos esforços públicos e filantrópicos com essa finalidade e precisamos de bons modelos que sirvam de exemplo para novas iniciativas”.
Por fim, o presidente da ABDI, Guto Ferreira, destaca que é papel da agência difundir a digitalização da economia e promover a inovação nas cadeias produtivas. “Nesse sentido, o programa é estratégico, pois possibilita que os empreendedores do país ganhem escala global. Os novos modelos de negócio devem encarar os grandes desafios para as questões de sustentabilidade e nós queremos que o Brasil seja um ator importante na proposição destas soluções”.
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