Investigações internas, prevenção a fraudes e uma boa governança corporativa da organização. Um programa de compliance deve analisar, inclusive, os fornecedores da empresa. “As responsabilidades solidárias e subsidiárias estão em moda, e nada como evitar uma desagradável surpresa ao descobrir um parceiro envolvido em casos de escândalos, ou mesmo interferindo desastrosamente em sua operação”, diz o consultor Luiz Fernando Godoy, um dos fundadores da Equipo Gestão, especializada em compliance.
Para ele, há questões que devem ser analisadas no relacionamento entre tomador e prestador de serviços. Uma é a responsabilidade fiscal, ou seja, garantir que o parceiro cumpra com suas obrigações (fiscais e previdenciárias), de acordo com as leis vigentes. Outra é a condição de trabalho: verificar se a empresa parceira respeita as leis existentes sobre os trabalhos escravo e infantil e proporciona um ambiente de trabalho seguro e saudável, por exemplo.
“A conformidade vale para o todo. Deve partir do micro para o macro, desde a ponta, como a pequena área de atuação da empresa é vista pelo mercado e, aí, vai subindo. O primeiro
ganho com o processo de compliance é o conceito que ela terá, a imagem que precisa ser preservada”, diz Godoy.
Ele acredita que é interessante para as companhias criar uma área específica para o setor, com profissionais qualificados, e que, principalmente, tenha autonomia para atuar. “A segunda questão é fazer a revisão dos processos e procedimentos: saber onde estou falhando e como fazer para corrigir aquilo”, orienta.
O consultor afirma que algumas empresas têm evolução “absurda” com processos de compliance. “É um rumo sem volta. As empresas vão evoluir e chegar a uma condição de melhores práticas no processo de compliance.
Quando você pega as 100 maiores companhias, a grande parte delas evoluiu bastante.
Mas hoje (o compliance) ainda é um privilégio das grandes corporações. As empresas pequenas e médias não têm acesso a isso ainda. É um ponto a ser considerado”.
Fonte: Jornal A Tribuna